terça-feira, 24 de junho de 2014

Sentirei outras saudades?

Senti vontade mas não fiz nada
Outra vez nem me movi
Saí lesado da estória

Secretamente o corpo detonado
Outrora confiante, vívido
Só é agora um passado

Sequelas e cicatrizes maquiadas
Ontem prata brilhante
Sobra uma ferrugem velha

Só me dei conta que sou fraco
Ouro falso plastificado
Sobre paredes de pedra

quarta-feira, 26 de março de 2014

E eu?

Me prendo ao chão, não devo
Enquanto a leve brisa me leva
Metade de mim padece, me mata
E eu estou errado de novo

Passado repassa o meu mundo
Levanto a mão pedindo ajuda
A razão me puxa, trapaça imunda
E eu estou errado de novo

Me faço só, me sinto vivo
Escondido e completamente inteiro
A noite chega, num leve estrondo
E eu estou errado de novo

Tudo caindo a minha volta
Meu completo, complexo, e realmente mentira
A mente engana, acredita e pira
E eu estou errado de novo

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Quero me embebedar de pura mentira…

 

Pequeno érbio noturno, como vais?
Assim noite adentro
Esperando findar seu tormento
Sua tonteira cair adormecida ao menor acalento.

 

Eu vou sem rumo, noitívago solitário
Por dentro da cidade, na sarjeta me escondo
Por bares e tavernas, com medo, rondo
Abandonado, triste, cafajeste e salafrário

 

Que pensas fazer fugindo escondido?
Onde queres ir, assim, destruido
Sabes que causas nojo onde passas,
E onde passa, inspira desgraça.

 

Quero ir à ponte mais bela,
Quero gritar para a madrugada
Me jogar de lá, em silencio, desesperado
E morrer docemente, na correnteza jogado

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