quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Demente

Severino Humano

Roubaram sua casa e ia noite

Quando ele chegou desesperado

Fechou os olhos e tentou

Sonhar com um mundo transformado

 

Conforme ia no seu sonho

Dava um toque aqui e alí

Destruía tudo o que não gostava

Para – no lugar – aquilo que gostava surgir

 

Deitava na relva e a mudava

Olhava para aquilo e adorava

Um mundo só seu era realização

 

Mas outro que olhasse pro seu sonho

- Naquele mundo só ele risonho -

Olharia e só veria destruição.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Pesadelo…

Deixa que o anjo da noite fale

Por mais que o matem ninguém o para

Sua espada fere mais do que qualquer fera

Com medo de ficar com medo eu me calo

 

Sigo sozinho entre o sono e a sorte

De sair ileso deste pesadelo vivo

Meus olhos se fecham e eu sinto sede

E acordo assustado, o mundo em cores vibrantes

 

Saio correndo chamando os outros

Ouço o que não quero e tapo os ouvidos

Então correndo em círculos, vejo ruídos

Que se movem, se mexem, outros chamando

 

Então encontro o anjo e vejo o que ele fala

Fala aquele nome, que me dá medo

Meu corpo diz ”Para” – O meu cérebro pede

Mas o nome não para. Se auto-repete.

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